Wesley Duke Lee

on 26 outubro, 2012





Wesley Duke Lee, pintor brasileiro, gravador, desenhista, artista gráfico e professor, era neto de norte-americanos e portugueses, nasceu na cidade de São Paulo, em 21 de dezembro de 1931. Em 1951, começou a estudar desenho livre no MASP.

Em 1952, foi estudar nos EUA, na Parson´s School of Design e na American Institute of Graphics Arts , na cidade de Nova York, onde estudou até 1955. Enquanto esteve nos EUA entrou em contato com as manifestações da Pop Art norte-americana influenciada pelo trabalho de artistas como Robert-Rauschenberg, Jasper Johns e Cy Twombly. Retornou ao Brasil, depois viajou à Europa com o seu mestre Karl Platner até o ano de 1960, principalmente na Itália e na Áustria. Esteve em Paris para estudar na Academie de la Grande Chaumière e no ateliê de Johnny Friedlaender, colaborou em trabalhos publicitários, num dos quais foi premiado com o Oscar de La Publicité Française no ano de 1961, logo largaria a publicidade para se aprofundar no mundo das artes. Retornou novamente ao Brasil em 1963, iniciou trabalho com jovens artistas e lançou “O Grande Espetáculo das Artes” em São Paulo, uma espécie de inauguração do happening no Brasil. Em 1966, participou da fundação do Grupo Rex.

Ainda em 1963, lançou o movimento Realismo Mágico ao lado de Pedro Manuel Gismondi, crítico de artes; Maria Cecília, pintora; Bernardo Cid, artista; Carlos Felipe Saldanha, escritor; e Otto Stupakoff, fotógrafo.

Com a colaboração de Otto Stupakoff criou uma feira industrial de ambientes e instalações, que foi selecionada para a exposição da 44ª Bienal de Veneza. No ano de 1964, recebeu a menção honrosa da 43ª Annual Exhibition of Advertising Art and Design e o prêmio Ampulheta na Biblioteca Municipal de São Paulo.

Durante o Golpe Militar foi detido, e partir de então passou a pintar contra a ditadura. Ingressou no Grupo Phases a convite de Walter Zanini. Foi professor de desenho na Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, na Escola de Desenho Industrial de Ribeirão Preto e na pós-graduação da Universidade do Sul da Califórnia em Irvine.

Em Los Angeles, participou do projeto Art and Technology, no Los Angeles County Museum of Art. Em Nova York, realizou suas primeiras obras com técnicas de cópia no Centro de Reprodução Xérox. Foi um profundo pesquisador das técnicas de fotocópias, vídeo e polaroid.

Em 1976, recebeu o prêmio de Melhor Pintor Paulista e, em 1993, de Melhor Exposição Retrospectiva, ambos os prêmios foram concedidos pela Associação Paulista de Críticos de Arte. A sua obra, além de pesquisas, é caracterizada por contextos sócio-políticos e pela inovação ao utilizar novas tecnologias. Em 1964, foi um dos primeiros voluntários para testes sobre os efeitos do LSD, numa clínica em São Paulo. Tomava o ácido e se trancava numa sala para desenhar. Essa experiência resultou nas séries Lisérgica e Da Formação de um Povo, ambas dotadas de forte carga política contra o regime militar que se instalava no país.[6]

Nos anos 1980, trabalhou no Centro de Reprodução Xerox, em Nova York, incorporando fotocópia, Polaroid, vídeo e computação gráfica ao seu trabalho. Duke Lee teve trabalhos expostos na 44ª Bienal de Veneza e na 8ª Bienal de Tóquio. Dizia-se influenciado pelo movimento dadaísta, pela pop art e pela publicidade.[7]

O artista expôs em São Paulo pela última vez em 2006. Sofria, desde 2007, do Mal de Alzheimer e faleceu em 12 de setembro de 2010, aos 78 anos de idade, vítima de complicações respiratórias decorrentes de sua doença. No dia de sua morte, realizava-se no Rio de Janeiro uma exposição retrospectiva da sua carreira .

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