Cinema Novo

on 21 agosto, 2012



Cinema Novo "Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça"

Jovens frustrados com a falência das grandes companhias cinemagráficas paulistas resolveram lutar por um cinema com mais realidade, mais contéudo e menor custo. Vai nascendo o Cinema Novo. O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". Os filmes seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas mais abordados estariam fortemente ligados ao subdesenvolvimento do país. Outra característica dos filmes durante o cinema novo é que eles tinham imagens com poucos movimentos, cenários simplórios e falas mais longas do que o habitual. Muitos ainda eram rodados em preto e branco.

Na primeira fase desse movimento, os filmes começavam a abordar nessa fase uma temática voltada ao nordeste e a todos os problemas que a região abrigava. Estreiam filmes importantes com "Vida Secas" e "Deus e o Diabo na Terra do Sol".

O núcleo mais popular do cinema novo na época era composto por: Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues, Paulo Cesar Saraceni, Leon Hirszman, David Neves, Ruy Guerra e Luiz Carlos Barreto. Ao redor dessas personalidades, o cinema novo foi composto por três importantes fases. A primeira delas, vai de 1960 à 1964. Nesse período os filmes voltados ao cotidiano e à mitologia do nordeste brasileiro, com os trabalhadores rurais e as misérias da região. Era abordada também a marginalização econômica , a fome a violência, o opressão e à alienação religiosa. Algumas das produções que melhor expressa essa fase são os filmes Vidas Secas(1963), de Nelson Pereira dos Santos; Os Fuzis(1963), de Ruy Guerra; Deus e o Diabo na Terra do Sol(1964), de Glauber Rocha.

Vidas Secas exibe a melhor performance da direção de Nelson Pereira do Santos. A obra, uma adaptação do livro de Graciliano Ramos, representou o Brasil no Festival de Cannes de 1964, onde dominou a temática do campo. Já o filme de Glauber Rocha, Deus e Diabo na Terra do Sol, de acordo com o livro de Carlos Roberto de Souza, A Fascinante Aventura do Cinema Brasileiro, era a "libertação completa da linguagem cinematográfica de seus entraves coloniais [...]. Glauber Rocha dava expansão a que o próprio instinto vital da cultura brasileira explodisse com liberdade na tela, entrando em choque mortal com o cinema estrangeiro."

A Segunda fase do cinema brasileiro agora tem um novo propósito. Os cineastas analisavam agora, os equívocos da política desenvolvimentista e principalmente da ditadura militar. Os filmes também faziam reflexão sobre os novos rumos da história nacional. Nessa fase, que vai de 1964 à 1968, obras características são: O Desafio(1965), de Paulo Cezar Saraceni, O Bravo Guerreiro(1968), de Gustavo Dahl, Terra em Transe(1967), de Glauber Rocha.

A Terceira e última fase do Cinema Novo, que vai de 1968 a 1972 é, agora, influenciada pelo Tropicalismo. O movimento levava suas atitudes às ultimas conseqüências e extravasou por meio do exotismo brasileiro, com palmeiras, periquitos, colibris, samambaias, índios, araras, bananas. Um marco dessa fase é o filme Macunaíma(1969), de Joaquim Pedro de Andrade. A obra se utilizava de uma das grandes figuras da chanchada, Grande Otelo, que estrelava como um herói sem nenhum caráter. Como descreve o livro A Fascinante Aventura do Cinema Brasileiro, de Carlos Roberto de Souza, Otelo vive "o brasileiro preguiçoso e fanfarrão, sensual e depravado, que luta para ganhar dinheiro sem trabalhar".

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