Geração Beat

on 11 junho, 2012




Estar em movimento. Eis o principal objetivo da Geração Beat, grupo de jovens intelectuais americanos que, em meados dos anos 50, cansados da monotonia da vida ordenada e da idolatria à vida suburbana na América do pós-guerra, resolveram, regados a jazz, drogas, sexo livre e pé-na-estrada, fazer sua própria revolução cultural através da literatura.

O termo Beat, usado para classificar a nova geração, é de origem controversa. Jack Kerouac – principal escritor do movimento – queria que o termo fosse uma abreviação de beatitude (mesmo significado em português), enquanto outros, principalmente os críticos e estudiosos, atribuíram tal denominação à influência direta do jazz, principal fonte de gírias e novos termos da contracultura da época. Do soma do radical beat com o sufixo do satélite russo Sputnik, que havia sido mandado ao espaço em 1957, surge a palavra beatnik, usada para designar dali em diante todos os seguidores do movimento. 1957 foi também o ano da publicação de On the Road.

On the Road, de Kerouac, foi o marco milhar deste movimento que, como nenhum outro na história, recebeu imediata e completa cobertura dos meios de comunicação de massa, elevando à celebridade escritores até então obscuros, oriundos dos dormitórios das faculdades de Nova Iorque, São Francisco e Califórnia, jovens que lutavam para publicar seus primeiros trabalhos. Esta amplificação imediata e de costa-a-costa exauriu completamente o conteúdo e a voz do movimento por um processo que se tornaria muito comum nas décadas seguintes do século XX, a saturação da mídia (basta lembrar da declaração de Andy Warhol sobre os 15 minutos de fama), restando nos dias de hoje do grande ‘boom” de três anos e dezenas de livros, poucas obras de qualidade artística inquestionável. Apesar desta saturação, a mensagem dos beatniks – a revolução na linguagem e nos costumes – só repercutiria decisivamente sobre o comportamento dos jovens americanos uma década mais tarde com o aparecimento das primeiras comunidades hippies no final dos anos 60.

Os principais expoentes da Geração Beat e suas obras


Jack Kerouac - Pé na estrada (On the Road, 1957);

William Burroughs - Junkie (1953) e O Almoço nu (The Naked Lunch, 1959);

Allen Ginsberg - O uivo (Howl, 1956) e Kaddish (1960);

Gregory Corso - “Marriege” (1960);

Gary Snyder - Riprap (1959).

http://educaterra.terra.com.br/literatura/litcont/2003/09/02/000.htm

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